O alerta partiu do renomado Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Lá, depois de receber inúmeras denúncias, uma equipe de pesquisadoras resolveu tirar a limpo a suspeita sobre suplementos vendidos a quem treina musculação. Foram analisados 111 produtos apreendidos em academias de ginástica paulistas pelo serviço de vigilância sanitária local. Ninguém divulgou as marcas, mas sabe-se que seis eram nacionais, dez eram fabricadas no exterior e 95 nem sequer apresentavam no rótulo o país de procedência. O resultado da investigação foi bombástico: Cerca de 25% dos suplementos tinham esteroides, substâncias derivadas do hormônio masculino e usadas para aumentar a massa muscular.
A desconfiança de que os suplementos alimentares podem conter substâncias prejudiciais não declaradas na embalagem vem de longa data. Outra pesquisa, esta realizada pelo Comitê Olímpico Internacional, o COI, em 2001, com marcas provenientes de 215 fabricantes de 31 países, revelou que, das 634 fórmulas avaliadas, 94 continham substâncias que não apareciam no rótulo e que dariam um resultado positivo no teste de dopping. Nos últimos anos, muitas publicações internacionais vêm alertando sobre a presença de drogas de uso controlado, como estimulantes e anabolizantes, em produtos comercializados como simples suplementos nutricionais.