A dor muscular causada pela atividade física intensa é sintoma comum em decorrência de rupturas na membrana, seguida de infiltração de células infamatórias no tecido lesionado e aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias. A dor pode diminuir o rendimento e força por até 3 semanas, em alguns indivíduos. A suplementação de proteínas, HMB, BCAA e glutamina são estratégias muito utilizadas para diminuir a lesão e a perda de massa muscular. Porém, conforme a intensidade do exercício aumenta a inflamação torna-se maior, assim como a dor. Por isto, estes suplementos costumam não fazer o efeito esperado.
A solução proposta por pesquisadores japoneses é a combinação de aminoácidos que melhorarão a recuperação, com substâncias antiinflamatórias, que atuarão principalmente na diminuição da dor. Em artigo de Ra e colaboradores, publicado este ano, a suplementação de 3,2g BCAA (aminoácidos de cadeia ramificada) foi utilizada antes e depois do exercício, em combinação com 2g do aminoácido taurina, que comprovadamente possui efeitos antiinflamatórios. No grupo suplementado a inflamação e a dor foram consideravelmente menores.
Outros estudos precisarão ser realizados afim de averiguar se a inibição do processo inflamatório terá algum efeito negativo no ganho de massa muscular. Este assunto é controverso uma vez que algumas pesquisas mostram que a hipertrofia ocorre justamente com o reparo dos danos à fibra muscular (Radak, Chung e Goto, 2008). Por outro lado, Flann e colaboradores (2011) conseguiram demonstrar ganho de massa magra em indivíduos que não tiveram rupturas musculares detectáveis em biópsia. Para os mesmos o que promove a hipertrofia é o estímulo do hormônio IGF-1Ea e não necessariamente a lesão nas membranas de miofibrilas.
Fonte: Andréia Torres