Por muitos anos, pacientes com asma recebiam de seus médicos a orientação de evitar exercícios físicos e assim reduzir as chances do broncoespasmo, o conhecido fechamento das vias aéreas que gera dificuldades de respirar.
No entanto, as pesquisas mais recentes mostraram que os exercícios físicos diminuem as crises de asma e aumentam a autoestima dos pacientes.
Agora, um estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) mostrou que os sintomas da asma diminuem em até 70% quando o paciente pratica exercícios aeróbicos.
"Pode dançar, caminhar na praia, andar de bicicleta, o que mais agradar à pessoa," ressalta o fisioterapeuta e professor da USP Celso Carvalho, que coordenou a pesquisa.
Exercícios para asma
O estudo testou a reação de 58 pacientes asmáticos, divididos entre os que se exercitavam por 35 minutos em esteira, duas vezes por semana, e um grupo que não fazia atividade física.
"Avaliamos a hiperresponsividade brônquica, que é quando o asmático tem as vias aéreas irritadas pelo ácaro, pó, poeira", explicou o professor. O experimento durou três meses.
Com os exercícios físicos, constatou-se que era necessária uma quantidade maior de alérgenos (pó, poeira, ácaro) para fazer as vias aéreas se fecharem, provocando os sintomas típicos da asma.
A inflamação diminuiu significativamente entre aqueles que praticaram exercícios. "Isto sugere de maneira bem importante que o exercício é anti-inflamatório e melhora a qualidade de vida do paciente", ressaltou Celso.
Com remédios e acompanhamento
A prática de atividades físicas também reduziu pela metade a ida ao pronto-socorro, que costuma ocorrer durante crises de asma, mesmo em pacientes que usam medicação adequadamente.
De acordo com o professor Celso, todos os participantes do estudo tomavam remédio para asma, uma condição que também deve ser observada pelos asmáticos interessados em iniciar a prática de exercícios.
Segundo ele, o broncoespasmo pode acontecer no momento da atividade física de alta intensidade, por isso o acompanhamento médico e o uso de medicação são essenciais.
Fonte: Diário da Saúde