Caracterizado pela falta de sódio no organismo e conseqüente inchaço no estômago, vômito, fadiga extrema e perda de coordenação motora, a hiponatremia é geralmente causada pela combinação da perda de sódio pelo suor e ingestão excessiva de água, provocando assim a diluição do sódio.
Outros sintomas da hiponatremia são expressos pela fraqueza, apatia, cefaléia, taquicardia, choque e, em casos mais severos, confusão mental, alucinação e mesmo coma. Tais sintomas são causados pela perda de sódio, um mineral de extrema importância na manutenção do volume dos líquidos corporais, no processo de contração muscular e ainda para a absorção de glicose.
Apesar de em muitas circunstâncias a bebida recomendada ser a água simples e hipotônica, em determinadas situações, como em exercícios de longa duração, justifica-se a ingestão de sódio durante o exercício a fim de combater a hiponatremia. Além da inclusão deste mineral nas bebidas reidratantes para a prevenção da hiponatremia, esta adição também favorece a absorção de água e carboidrato pelo intestino.
De acordo com a “Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte”, durante o exercício recomenda-se iniciar a ingestão de líquidos já nos primeiros 15 minutos e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos. O volume a ser ingerido varia conforme as taxas de sudorese, na faixa de 500 a 2000 ml/hora. Se a atividade durar mais de uma hora ou se for intensa do tipo intermitente mesmo com menos de uma hora, deve-se repor carboidrato na quantidade de 30 a 60 gramas/ hora e sódio na quantidade de 0,5 a 0,7 g·l1.
A bebida deve estar numa temperatura em torno de 15 a 22o C e apresentar um sabor de acordo com a preferência do indivíduo. Após o exercício, deve-se continuar ingerindo líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela urina e sudorese.
Conclui-se que apesar da desidratação ainda ser o principal desafio para a homeostase fisiológica e desempenho da maioria dos atletas, o excesso de água também deve ser reconhecido como uma possível ameaça para os mesmos. Sendo assim, é imprescindível que ensinemos aos atletas sobre a hidratação adequada e sobre o perigo potencial de ingerir líquidos em excesso, especialmente os envolvidos em atividades de longa duração, como triatlhon, maratona, ciclismo, travessia, etc.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO,T. et al. Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Rev. Bras. Med. Esporte. SÃO PAULO, v.9, n.2, p.1-13, Mar./ Abr, 2003.
Sports Science Exchange 88 - VOLUME 16 (2003) NÚMERO 1 - HIPONATREMIA EM ATLETAS.
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I; Katch, V. L. Nutrição para o desporto e o exercício. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992.
DUTRA-DE-OLIVEIRA, J. E.; MARCHINI J. S.; Ciências Nutricionais. SãoPaulo: Sarvier, 1998.
Fonte: Associação Brasileira de Nutrição Esportiva